Prémio ADVID

A ADVID instituiu, desde 2007, um prémio para atrair investigadores de diversas áreas científicas a desenvolver trabalho relativo às especificidades técnicas, culturais e sociais da vitivinicultura nacional.
O Prémio ADVID é atribuído anualmente a um investigador profissional, aluno de licenciatura, mestrando ou doutorando, qualquer que seja a sua nacionalidade, que tenha publicado trabalho inédito em qualquer área científica, com relevante importância para a vitivinicultura nacional.
O Prémio ADVID constitui também uma homenagem a personalidades que tenham sido marcantes para o desenvolvimento da região, atribuindo-lhes, em cada ano, o nome do prémio.
A candidatura ao Prémio ADVID exige a aceitação das condições do regulamento do prémio. O Período de candidaturas ao Prémio ADVID 2020 decorre entre 1 de Abril e 31 de Maio (inclusive) de 2021.
Para se candidatar deverá descarregar o respetivo formulário de candidatura, e enviá-lo devidamente preenchido, para advid@advid.pt. É obrigatório enviar juntamente com o formulário o artigo a candidatar e o curriculum vitae do responsável.
Após a receção da candidatura, a ADVID poderá contactar os candidatos para solicitar informações adicionais.
Candidatura Prémio ADVID 2019
Aceda aqui ao Regulamento do Prémio ADVID 2019.2007
Prémio ADVID | Álvaro Baltazar Moreira da Fonseca
Artur da Câmara Machado e equipa, pelo trabalho Discrimination of Portuguese grapevines based on microsatellite markers.
A equipa de investigadores da Universidade dos Açores, utilizou tecnologias de biologia molecular para esclarecer questões relativas à identificação e sinonímia de castas de videira portuguesas, estudando as similaridades genéticas de 46 castas nacionais.
Homenagem
Álvaro Baltazar Moreira da Fonseca, engenheiro agrónomo e personalidade do Douro, tendo exercido o cargo de presidente da Casa do Douro. Foi autor de diversos trabalhos científicos, entre os quais o Método de Classificação das Parcelas de Vinha da Região Demarcada do Douro, uma obra genial de grande valor científico e técnico.
2008
Prémio ADVID | José António Ramos-Pinto Rosas
Alain Carbonneau, pelo trabalho Théorie de la maturation et de la typicité du raisin.
Homenagem
José António Ramos-Pinto Rosas, cofundador da ADVID e uma vida dedicada à Região do Douro e aos seus vinhos, atividade que iniciou em 1928, quando assumiu funções técnicas ao serviço da empresa Adriano Ramos Pinto Vinhos, S.A.
2009
Prémio ADVID | Barão Joseph James Forrester
Gaëtan Louarn, Jérémie Lecouer e Eric Lebon, que exercem a sua atividade profissional na área de viticultura e gestão de stress hídrico, no Institut National de la Recherche Agronomique (França), pelo trabalho A Three-dimensional Statistical Reconstruction Model of Grapevine (Vitis vinifera) Simulating Canopy Structure Variability within and between Cultivar/Training System Pairs, o qual foi apresentado na sessão de entrega do Prémio.
Homenagem
Barão Joseph James Forrester, personagem maior do século XIX português, inglês que amou e viveu no Douro, dando forte contributo à internacionalização do vinho do Porto.
2010
Prémio ADVID | Jorge Ferreira

Departamento de Sanidade Vegetal (A. Calonne, P. Cartolaro) e Estação de Biometria (J. Chadoeuf) do Institut National de la Recherche Agronomique (França), pelo trabalho Highlighting Features of Spatiotemporal Spread of Powdery Mildew Epidemics in the Vineyard Using Statistical Modeling on Field Experimental Data.
Homenagem
Jorge Ferreira, cofundador da ADVID e membro da primeira Direção da associação, eleita em 1982. Nascido no Porto em 1934, Jorge Ferreira era licenciado em engenharia civil e foi diretor da Casa Ferreira, sendo o responsável pela produção e gestão das Quintas no Douro da empresa, função que desempenhou até 1985, altura em que decidiu dedicar-se exclusivamente à gestão da Quinta do Vallado, de que era proprietário. Faleceu em 1992.
2012
Prémio ADVID | Bernardino Camilo Cincinnato da Costa

Universidade de Bordéus (autores A. K. Parker e C. Van Leeuwen) e Centro de Ecologia Funcional e Evolutiva de Montpellier (Cortázar-Atauri e I. Chuine), pelo trabalho Modelo fenológico para caracterizar o período de floração e pintor na Vitis vinifera (General phenological model to characterize the timing of flowering and veraison of Vitis Vinífera L)
Homenagem
Bernardino Camilo Cincinnato da Costa, eminente agrónomo e professor catedrático que em 1900 foi nomeado delegado da Seção de Agricultura na Exposição Universal de Paris, considerada a mais importante da representação de Portugal. Naquela grande exposição, Cincinnato da Costa apresentou Le Portugal Vinícole, um estudo enológico das principais castas de uva portuguesas que lhe valeu o Grand Prix, e o ser proclamado sócio honorário da Sociedade de Viticultores de França. Este trabalho inclui 19 aguarelas de castas de uvas, pintadas por Alfredo Roque Gameiro, a pedido de Cincinnato da Costa. Le Portugal Vinícole, além do valor científico e literário que teve para a época, é um documento histórico fundamental para o estudo das castas de uva nacionais.
2014
Prémio ADVID | Michael Symington

Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto – FCUP (Victor Freitas, Susana Soares e Nuno Mateus) e do Instituto Alemão de Nutrição Humana (Susann Kohl, Sophie Thalmann e Wolfgang Meyerhof), pelo trabalho Different Phenolic Compounds Activate Distinct Human Bitter Taste Receptors. Este trabalho teve como objetivo estudar os compostos responsáveis pela sensação de amargor e adstringência, aspetos dos mais discutidos e complexos em enologia. A sua compreensão poderá permitir criar vinhos mais próximos do gosto dos diferentes consumidores.
Homenagem
Michael Symington, nascido no Porto em 1925, uma das principais figuras da família Symington, a qual se dedica há várias gerações ao Vinho do Porto e à Região do Douro, sendo a maior empresa familiar do setor. Michael Symington mostrou sempre perseverança na defesa do Douro, dos seus vinhos e suas gentes. Juntamente com a sua mulher, Elizabeth, receberam no Douro inúmeras visitas do setor dos vinhos e jornalistas, levando o Douro a todas as partes do mundo.
2016
Prémio ADVID | Pedro Amaro
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade do Porto e Universidade do Minho (Lia-Tânia Dinis, Sara Silva Bernardo, Artur Jorge da Silva Conde, Diana Pimentel, Helena Maria Fernandes Ferreira, Luís Félix, Hernâni Gerós, Carlos Manuel Correia e José Moutinho-Pereira), pelo trabalho A aplicação exógena de caulino aumenta a capacidade antioxidante e o teor de compostos fenólicos em extratos de folhas e frutos de videira sob stresse estival. Este trabalho teve como objetivo o estudo da aplicação foliar do caulino como estratégia para reduzir o impacto do calor e da seca nas vinhas do Douro, provocados pelas alterações climáticas.
Homenageado
Pedro Amaro, professor catedrático do Instituto Superior de Agronomia (ISA-UL), condecorado com a Ordem da Instrução Pública, foi presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária e presidente do Conselho Europeu de Herbologia, entre outros. Foi pioneiro em Portugal no ensino da Fitofarmacologia, Herbologia e Proteção Integrada, e o principal responsável pela implementação das estratégias de proteção e produção integrada na produção vegetal, com especial ênfase e sucesso na cultura da vinha. Conta com uma vasta obra publicada nesta temática e demonstrou sempre uma grande ligação, conhecimento e empenhamento a bem da viticultura. Faleceu em 2014, aos 88 anos.
2017
Prémio ADVID | Fernando Guedes
Equipa de investigadores australianos da CSIRO Agriculture & Food - Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (Christopher Davies), pelo trabalho Understanding and manipulating small signalling molecules to affect the yield/flavour. Este estudo mostra que que é possível retardar a maturação e, portanto, a data de vindima, através da realização de tratamentos à vinha com uma fito-hormona (regulador de crescimento), sem perdas de rendimento e com pouco ou nenhum impacto no vinho. Em locais onde se verifica uma maior pressão na vindima, com problemas associados à reduzida janela de oportunidade para a colheita no momento ideal, um atraso na maturação pode permitir a colheita da uva no estado desejado de maturação, o seu processamento e vinificação sem grandes aumentos na capacidade de armazenamento.
Homenageado
Fernando Guedes (1930-2018) foi uma personalidade marcante no desenvolvimento da Região do Douro e figura incontornável do panorama vitivinícola em Portugal, homem de grandes valores e impulsionador do crescimento internacional da SOGRAPE.
Fernando Guedes partiu em 2018 aos 87 anos, deixando um legado de incomensurável valor. Estudou enologia em França e foi um dos primeiros enólogos portugueses diplomados. No seu caminho esteve sempre o objetivo de consolidar, modernizar e fazer crescer a empresa que viu nascer, levando os vinhos Portugueses aos quatro cantos do mundo.
"Educação, Respeito e Ética", eram estes os valores que muito prezava e que são representativos da sua forma de estar na vida. Condecorado em 2017 por Marcelo Rebelo com a Grã-Cruz da Ordem o Infante D. Henrique, o "gentleman" dos vinhos esteve até ao ano 2000 à frente da empresa responsável por marcas icónicas como Mateus Rosé, Sandeman e Barca Velha.
Se "O vinho é a vida" como dizia, a sua vida não seria a mesma sem o vinho e o vinho jamais seria tão rico sem Fernando Guedes.
2018
Prémio ADVID | Júlio Máximo de Oliveira Pimentel
Equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (Luís Nóbrega, André Tavares, André Cardoso e Pedro Gonçalves) pelo estudo Animal monitoring based on IoT technologies | Monitorização animal baseada em tecnologias IoT.
A colocação de animais a pastar em vinhas requer a monitorização e o condicionamento do comportamento dos animais, especialmente da sua postura alimentar. Com este sistema, é possível permitir que ovelhas pastem em áreas incultas da vinha, sem as colocar em perigo. Este artigo propõe uma plataforma de monitorização do comportamento animal, baseada em tecnologias IoT, que pode ser muito relevante para o setor, permitindo a redução dos herbicidas na vinha.
Homenageado
O 2º Visconde Vila Maior, Júlio Máximo de Oliveira Pimentel (1809-1884), era um homem de ciência, liberal convicto, cidadão empenhado, matemático de formação e apaixonado pela química.
Notabilizou-se na área da química enquanto professor e cientista na Escola Politécnica de Lisboa. A sua formação em química, aliada ao facto de ser proprietário de uma quinta nesta região, permitiu-lhe desenvolver atividades associadas à viticultura, enologia e ampelografia.
“Memória sobre os processos de vinificação dos principais centros vinhateiros a norte do Douro”, “Tratado de vinificação para vinhos genuínos”, “Ampelografia e oenologia do país vinhateiro do Douro” e “O Douro Ilustrado”, são alguns dos trabalhos que realizou nesta área. O seu interesse pelas questões vitivinícolas levou, ainda, a que fizesse parte da “Comissão Encarregada de Visitar os Distritos Vinhateiros na Época das Vindimas para Estudar os Processos de Vinificação”, cujo estudo incentivou à modernização no tratamento das vinhas.
Sentiu o Douro como ninguém, dissertou sobre os aspetos técnicos e científicos das suas vinhas, usou a sua paisagem como protagonista em diversas obras, abraçou-lhe o rio e o vinho.
Júlio Máximo de Oliveira Pimentel, o 2º Visconde de Vila Maior, faleceu a 20 de Outubro de 1884 em Coimbra, no edifício da Universidade, deixando como legado os inúmeros contributos para a ciência, a política e a vitivinicultura.